Conheça Luiz Felipe C. Serigheli

A inauguração do mural vencedor do Projeto #Ulysses100 ocorreu durante a promoção do evento Ulysses 100 pelos olhos brasileiros no último dia 22 de junho na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

No dia 22 de junho de 2022, o Núcleo de Estudos Irlandeses (NEI) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promoveu o evento Ulysses 100 pelos olhos brasileiros, o qual visava incentivar a literatura no Brasil e prestigiar manifestações artísticas e culturais em ambientes universitários. O encontro aconteceu no período matutino e vespertino, contando com a participação de estudiosos, artistas e estudantes interessados pela cultura e produções irlandesas.

Às 14h, realizou-se o lançamento oficial do trabalho de Luiz Felipe C. Serigheli, o qual se encontra atualmente exposto na parede externa do prédio do Centro de Comunicações e Expressão (CCE). O presente artigo busca apresentar uma breve entrevista com Serigheli, contando um pouco sobre sua pessoa e trazendo suas opiniões e posicionamentos referente ao Projeto #Ulysses100

Luiz Felipe C. Serigheli (elu/delu)...

… possui formação técnica em Agropecuária pelo Instituto Federal Catarinense (Campus Videira), graduação em Ciências Biológicas e hoje cursa mestrado no Programa de Pós-Graduação (PPG) em ecologia ambas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

"Conte-nos um pouco mais sobre você, seus interesses e afins..."

"A vida, em todos os sentidos da palavra, sempre me encantou, por isso acho que me senti tão em casa estudando temas biológicos, que é o que sigo fazendo profissionalmente. Sempre fui uma pessoa muito curiosa e com gosto pelo conhecimento, o que me motiva a buscar novas experiências ou desenvolver habilidades diferentes, tendo assim um contado com a arte. Amo arte e as infindáveis possibilidades de comunicação que ela proporciona, muitas vezes transcendendo e transgredindo as possibilidades da língua escrita ou falada. Já experimentei diversos espaços de expressão: dança, teatro, escrita, artesanato, tatuagem e agora buscando uma nova experiência com o concurso e construção do mural."
Luiz Felipe C. Serigheli

Quando e como foi seu primeiro contato com a obra Ulysses de James Joyce?

"Não sendo uma pessoa da área da literatura e tendo pouco contato com o tema, o primeiro contato com a obra se deu com o anúncio do concurso, o qual me motivou a saber mais sobre o autor, o livro e sua construção, que acabaram me inspirando."
Luiz Felipe C. Serigheli

Qual foi a sua inspiração para a construção do mural?

"Após conhecer o autor, a obra e uma leitura mais detalhada do capítulo Hades, que foi designado para nossa universidade, entrei em contato com a professora Alinne para saber quais paredes estavam disponíveis para o mural. O local escolhido para ficar o mural também foi bem importante para a construção, pensando em quais signos e simbologias eu gostaria de transmitir para as pessoas que passam pelo local, e como isso estaria relacionado à obra em questão."
Luiz Felipe C. Serigheli

Como foi o processo para a produção do seu projeto? Quais técnicas e materias você utilizou?

"Com as delimitações apresentadas, tirei alguns dias para desenvolver a ilustração, além de ir recebendo retorno de amizades que trabalham com arte e design para ir aprimorando a ilustração que eu vinha produzindo. Estruturei a ilustração principal digitalmente, trazendo referências da arte urbana, pichação e grafite, além de buscar uma lembrança de xilogravura, muito presente na cultura brasileira do cordel, e também traços mais livres que remetesse à técnica que eu mais me identifico na ilustração, que é a de hachuras com bico de pena."
Luiz Felipe C. Serigheli

"Você poderia descrever seu trabalho e como o desenvolvimento de sua ideia se relaciona ao capítulo Hades?"

"A ideia da ilustração é intrínseca ao capítulo, desde a escolha dos objetos, até as cores e organização da composição. Os chapéus, a pá, os túmulos, a carroça, todos dispersos no desenho, se comunicam ao transgredirem o grande coração ao fundo que é a convergência do todo, simbolizando a vida. Além disso, cada um dos signos está disposto em um espaço da imagem que construa uma simbolização no sentido da existência e questões da vida e da morte. Já as cores, preto e branco, trazem antítese e também dialogam nesta construção das questões e disputas existenciais; se sobressaindo a isso temos o vermelho, simbolizando o sangue, que traz a pulsação da vida e iminência da morte e transpõem ambas as outras cores, evidenciando de maneira latente a conexão entre vida e morte."
Luiz Felipe C. Serigheli

O Núcleo de Estudos Irlandeses (NEI) gostaria de parabenizar Luiz Felipe C. Serigheli por seu trabalho e dedicação no Projeto #Ulysses100 e agradecer a presenças de todos no evento Ulysses 100 pelos olhos brasileiros. Esperamos poder nos encontrar novamente em um futuro próximo!

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